O ônibus... O transporte coletivo mais usado em são Paulo. O navio negreiro que diariamente milhões de operários e outras classes da sociedade usam para se transportar. Os amotinados da sociedade, que ainda não perceberam como é desagradável a viagem em um desses veículos.
A viajem começa as seis da manhã, aonde acontece uma batalha cinematográfica na busca de um lugar não tão desconfortável ou incômodo, onde ninguém (sem ou com intenção fique lhe arrochando. O cheiro da falta de Listerine de alguns é detectada á metros de distância. Você pode se isolar ao máximo no buzão, mais mesmo assim vai notar a fragrância matinal de certas pessoas. O engraçado é que esse dor combinado ao cheiro de creme para pentear os cabelos (sempre alguma senhora usa) dá uma dor de cabeça que faz seu dia começar perfeitamente.
Na volta pra casa você está cansado, não quer retornar pra casa em pé. Então espera uns 15 minutos (se tiver sorte) naquela fila enorme em busca de um assento vazio. Você sobe no ônibus e uma surpresa: só já um lugar. Justo ao lado daquela senhora grudenta e acima do peso. Parece combinado mais assim que eu sento no banco ela me tira das bolsa aquele salgadinho de queijo odor chulé de Mendigo que tomou chuva depois de jogar bola. Você ignora isso. Coloca o fone de ouvido e ouve o radio que toca aquele sertanejo chato com um refrão de quatro palavras. Mais ao olhar pro lado nova surpresa: um rapaz com uma tremenda cara de pedreiro fica em pé do seu lado. E a cada freada lhe encostava sua ferramenta. Dei graças a Deus quando chegou o ponto que eu descia. Nunca fiquei tão feliz assim por ter chegado em casa.
A lição que tiramos de tudo é muito clara. Você pode continuar esse calvário durante anos e comprar um UNO ano 92 em trinta e seis vezes ou usar o jeito que eu arranjei pra sofrer menos: Ônibus só se for na Janelinha.
Gabriel Lima
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